segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Beverly Musgrave: I'm sure you'll always dance!

Todos nós temos uma lista de pessoas que nos marcaram e que agracedecemos a Deus tê-las colocado no nosso caminho. Para mim, Beverly Musgrave é uma delas.
Acabo de chegar da última aula com esta professora. O nome da disciplina? "Loss, Death, Dying and Bereavement". Ao longo deste semestre, tive oportunidade de reflectir sobre o significado e a importância daquilo que vamos perdendo ao longo da vida e de como isso nos pode fazer crescer ou tropeçar; sobre a importância de "olhar" de frente a nossa morte para, quando necessário, sermos capazes de estar ao lado daqueles que têm dificuldade em fazê-lo; sobre a forma de entender e ajudar aqueles que choram a perda dos que amam e não querem esquecer.
Hoje, na última aula, esta professora, já a caminho da reforma, psicanalista de profissão, de uma espiritualidade profunda e contagiante, convidou-nos a dançar ao som da música cujo link deixo abaixo e cujo refrão é mais ou menos este (tradução livre):

Quando puderes escolher entre esperar pelo fim da música e dançar ao som dela:
I hope you dance!

http://www.youtube.com/watch?v=xIAWY4LLsEw

Com letra:

http://www.youtube.com/watch?v=y2SfmcNg8js&NR=1&feature=fvwp

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Natal nas Trincheiras

Barack Obama recebe hoje o Prémio Nobel da Paz. Depois de na semana passada ter decidido enviar mais 30 mil soldados para o Afeganistão, hoje justifica a manutenção de uma guerra justa e necessária.
Partilho convosco um conto que recorda as primeiras vítimas que todas as todas as guerras fazem.

A única coisa que separava os dois exércitos, naquela noite fria de Dezembro de 1914, era um pedaço de terra lamacenta chamado Terra de Ninguém. De repente, um cântico rompeu o ar gelado, celebrando o Natal em alemão, e logo um outro se lhe seguiu, em inglês.
Durante algum tempo, os inimigos deixaram de se guerrear e comportaram-se como amigos. Estima-se que, nesta trégua de Natal não oficial, participaram cerca de cem mil soldados.
Foi um momento único na história da humanidade.
Os presentes tinham sido abertos e o jantar acabara. Depois de um longo passeio pelos campos cobertos de neve, o jovem Thomas aconchegou-se junto do avô e disse:
— Avô, este Natal foi o meu preferido. E tu, tens algum Natal favorito?
— Tenho, Thomas — respondeu o avô Francis. — Passei-o muito longe de casa, durante o primeiro Inverno da Grande Guerra.
— Estiveste na guerra, avô? — perguntou a pequena Nora, subindo para o colo dele. — Foste um herói?
O avô sorriu e sugeriu:
— E se começássemos pelo princípio?
As duas crianças aproximaram-se ainda mais dele.
— Foi em 1914. Os meus companheiros e eu estávamos há já várias semanas no campo de batalha. Sentíamo-nossozinhos e assustados, embora tentássemos ser corajosos. Tínhamos passado um mês longo e frio em trincheiras lamacentas, que eram, naquela altura, a nossa casa.
Sabíamos que não haveria tréguas no combate e que passaríamos o Natal ali mesmo. Aquela véspera de Natal aconteceu numa noite igual à de hoje. Os céus estavam a clarear e a geada cobria a Terra de Ninguém, o campo que nos separava dos soldados alemães.
E ali estávamos nós, diante das trincheiras inimigas, à espera… Aparte as bombas e as batalhas, a guerra consiste em esperar. Esperar para ver quem vai dar o próximo passo. Nessa noite, sentimos que iam ser os Alemães. E tínhamos razão. De repente, uma sentinela fez sinal a pedir silêncio e ficámos todos calados. Foi então que um som rasgou o frio da noite gelada.
O som provinha do lado inimigo da Terra de Ninguém e um soldado inglês que sabia alemão disse tratar-se de um cântico de Natal. Em breve, todos os Alemães entoavam a mesma canção. Quando terminaram, decidimos responder-lhes com um cântico de Natal que todos conhecíamos.
Depois, os Alemães entoaram o “Noite Feliz”, ao qual nos juntámos, com a letra cantada em inglês. Foi como se a terra inteira entoasse o mesmo cântico… Nunca pensei que cantar fosse tão sagrado. De repente, a sentinela de vigia gritou:
— Aproxima-se alguém!
E, enquanto apontávamos as espingardas à escuridão de Dezembro, deparámos com algo de extraordinário. Uma figura vinha até nós através da Terra de Ninguém. Numa mão trazia uma bandeira branca, e na outra uma árvore de Natal cheia de velinhas. Era um gesto tão surpreendente e corajoso que não pude deixar de saltar da trincheira e de ir ter com aquele soldado.
Fui o primeiro de muitos. Em breve, todos os soldados de ambos os lados se encontravam fora das trincheiras. Era tudo tão novo e estranho que, no início, estávamos nervosos. Passado pouco tempo, porém, trocávamos já pequenas lembranças – chocolates, conservas de carne, tudo o que pudéssemos partilhar. Quando mostrámos uns aos outros fotografias de casa e da família, deixámos de ser soldados e de ser inimigos. Éramos apenas filhos e pais, longe da família e de casa.
Um dos nossos rapazes trouxe um acordeão e um dos deles começou a tocar violino. E acabámos por improvisar… um baile. Foi uma bela festa de Natal! Mas a alvorada em breve nos anunciou que tínhamos de regressar. Regressar às trincheiras, voltar a esperar. Pensar no que nos tinha acontecido e em qual seria o nosso próximo passo.
Esta é minha recordação favorita de Natal. Hoje sou um homem diferente por causa do rapaz que fui naquela noite.
O avô abraçou os netos com força.
— Será que fui um herói? Penso que, naquela noite, todos fomos heróis.


NOTA HISTÓRICA
Embora este conto seja um relato ficcional, a trégua de Natal de 1914 foi um facto histórico, e teve lugar na linha de batalha entre a costa da Bélgica, a norte, e a fronteira da Suíça, a sul.
Quatro meses antes, no início da Grande Guerra, como a Primeira Guerra Mundial ficou conhecida, milhões de homens por toda a Europa tinham-se alistado em resposta aos apelos dos seus líderes. Muitos achavam que a guerra seria curta e que estaria terminada no Natal. Mas, quando o Inverno começou, milhares de soldados tinham já sido mortos ou feridos e a dura realidade do campo de batalha impôs-se.
Em Dezembro de 1914, as Forças Aliadas (Bélgica, França, e Inglaterra) estavam num impasse com os Alemães, cada um dos lados à espera de que o outro capitulasse. As tropas estavam protegidas por trincheiras cavadas à pressa. Estas valas estreitas, embora mais fundas do que a altura dos soldados, eram parca protecção para o frio invernal.
Entre os dois exércitos havia uma extensão de terreno árido chamada Terra de Ninguém, mais larga do que dois campos de futebol juntos. Nalguns sítios, porém, o intervalo entre as duas facções não excedia os 30 metros. Nestes locais, os inimigos estavam tão perto que conseguiam ouvir-se falar.
Assim tão perto, muito terão pensado no aspecto que teria o inimigo. Estariam satisfeitos por se encontrarem naqueles buracos húmidos, a lutar em nome do Kaiser ou do Rei, ou prefeririam estar em casa? À medida que se aproximava a véspera de Natal, muitos soldados devem ter pensado em casa e na paz. Alguns tinham recebido encomendas da família com ofertas festivas. As próprias famílias reais da Alemanha e da Inglaterra tinham enviado prendas para as suas tropas e a Alemanha tinha mesmo enviado árvores de Natal para os homens que combatiam na frente.
Naquela noite, foram muitos os que quiseram parar de lutar, por breves horas que fosse. Alguns chegaram mesmo a fazer o relato desse evento em diários e cartas.

John McCutcheon & Henri Sørensen (2006). Christmas in the trenches. Atlanta: Peachtree Publishers, (Tradução e adaptação)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

HUGE SANDWICH!!!!

Uma (pequena) surpresa em cima da mesa da cozinha: pão fresco, chouriço, presunto, fiambre, queijo, tomate, alface...
No saco, em pequenos boiões, mais alguns ingredientes ao gosto de cada um: mostarda, maionese, pimentos e mais uns quantos.
Resultado: uma sanduiche de fazer perder apetite!
Ao almoço, éramos 5 e conseguimos comer quase metade!! Começámos pela ponta direita e conseguimos ultrapassar o segundo cordel!!
Dedicatória: HAPPY THANKSGIVING!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Jardim Botânico

Fordham University, The New York Botanic Garden e Bronx Zoo formam um grande, fresco e colorido oásis no meio de ruas apinhadas de gente, carros e confusão. São um caso à parte dentro do mais populoso e, também por isso, mais problemático bairro em que se situam, The Bronx.
Ontem à tarde, decidi sair de casa um pouco mais cedo e ir à procura da beleza do Jardim Botânico.
Partilho convosco um pouco daquilo que encontrei.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

New England Foliage

New England é uma região formada por seis estados norte-americanos (Connecticut, Maine, Massachussets, New Hampshire, Rhode Island e Vermont) que se estende desde a fronteira este do estado de New York até à costa atlântica. Entre as maiores atracções desta região encontram-se a cidade de Boston, as praias de Rhode Island (estado que acolhe milhares de portugueses, especialmente açoreanos), a famosa Yale University e, acima de tudo, as cores de Outono.
Eis algumas fotos tiradas nos arredores das montanhas de Berkshires (oeste de Massachussets) a testemunhar isso mesmo.

PS: Espero que ninguém pense que a vida de estudante é isto!! Mas, é verdade e não escondo: com algum cuidado, vai-se conseguindo tempo para alguns momentos de saudável poesia.







segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Deus não é de confiança!


Apesar de andar por outras terras, sempre que posso gosto de dar uma vista de olhos sobre a imprensa nacional.
José Saramago tem um novo livro intitulado Caim. A propósito do seu recente lançamento, ele fez alguns comentários muito pouco elogiosos à Sagrada Escritura e à imagem de Deus que ela transmite: "Deus não é de confiança! Que diabo de Deus é este que para enaltecer Abel tanto despreza Caim?"
Para já ficam as suas palavras em vídeo cujo link deixo abaixo.

http://videos.publico.pt/Default.aspx?Id=5de792d5-1862-48e1-b8a7-0cc164bc0b3a

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Prémio Nobel da Paz?

A unanimidade é cada vez mais um mito.
No dia em que foi anunciado o nome do presidente americano como o vencedor do Prémio Nobel da Paz 2009, os poucos comentários que escutei não foram muito abonatórios. Desgosto ou mesmo desprezo talvez sejam as palavras mais adequadas. À hora de almoço, quando Barack Obama aparecia na TV, muitos viravam a cara ou desligavam o televisor. Talvez tal reacção fosse de esperar, vinda de pessoas mais ou menos próximas da Igreja, supostamente mais conservadoras e, por isso, tendencialmente de voto republicano. Mas uma coisa parece ser clara na política e sociedade americanas: não há espaço para meio-termo, amor ou ódio. Ou se é a favor ou contra o sistema nacional de saúde. Ou se é a favor ou contra o aborto. Quem vê CNN (assumidamente liberal e democrática) não suporta FOX News (assumidamente conservadora e republicana) e viceversa. Senão, vejamos:
Há quem ache que a atribuição do prémio foi bastante prematura. Um artigo de opinião da FOX News tem por título "Como ganhar um prémio Nobel da Paz em 12 dias". E explica: Obama tomou posse a 20 de Janeiro passado e a lista dos nomeados e possíveis vencedores foi definida a 1 de Fevereiro. De facto...
Pelo contrário no site da CNN lê-se que a vitória de Obama é excepcional a todos os níveis. É o quarto presidente americano a ser galardoado, o terceiro a receber o prémio durante o mandato presidencial e ainda por cima o primeiro a consegui-lo durante o primeiro ano de Casa Branca.
O mundo (ou pelo menos o Comité norueguês) quis apresentar Obama como exemplo de alguém que promove o diálogo e acredita na resolução pacífica dos conflitos internacionais. A julgar pelo que hoje vi, ouvi e li, acho que ele está mais perto de ser bem sucedido a nível externo que dentro do seu próprio país.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Empire State Building

É, sem dúvida, um dos exlibris de NY.

Vale a pena uma visita? Sim, se não gastarmos mais tempo na fila de entrada que lá em cima e se o céu não estiver nublado. Por isso, posso dizer que tive sorte: fui lá de noite, não havia ninguém na fila e estava uma noite bastante limpa.

Uma coisa é certa: os números dos andares no elevador passam bastante mais rápido do que aquilo a que estamos habituados. Sempre são 102!
Ficam as fotos.

domingo, 6 de setembro de 2009

St Joseph

Andar de cavalo para burro é uma expressão de que nos normalmente não nos orgulhamos, principalmente quando ela pode ser aplicada a alguma decisão pessoal. Embora geográficamente pouco mais tenha feito do que atravessar um rio (East River), deixar para trás Manhattan e vir viver para Queens pode, à primeira vista, não estar longe disso. Mas não, não é o caso.
Tudo isto para dizer que mudei de residência e encontro-me agora a viver na paróquia de St. Joseph, Astoria, Queens. Estou ainda a chegar e por isso não posso dizer muita coisa, mas parece uma comunidade bastante viva e cheia de diversidade. Aqui encontram-se, além da comunidade americana, também duas outras: uma de língua italiana e outra espanhola. É mais um espelho daquilo que é a América actual: um aglomerado de culturas, línguas, raças, tradições e estilos de vida. E é muito reconfortante perceber que a celebração e partilha da mesma fé é um forte elo de comunhão espiritual e de integração humana e social.

E, como não podia deixar de ser, a primeira pessoa que me veio saudar à saída da Eucaristia falou-me em ...português! Os nossos irmãos brasileiros estão por todo lado! Já para não falar no convite que se lhe seguiu: "A minha esposa faz uma excelente bacalhoada!!!"

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Hi!

Estive de férias e este espaço também.
Mas eis que chegou o tempo de recomeçar. Aulas, paróquia, NY aí estão à minha espera. A experiência americana continua.

Espero, pois, ser capaz de voltar ao ritmo normal a que me (vos) habituei no que respeita a este espaço. E haverá certamente muita coisa interessante que terei todo o prazer de partilhar convosco.
Por isso: Olá!! Até já!!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

The Phantom of the Opera is there...

Já nos aconteceu a todos: depois de um concerto, filme ou espectáculo de que realmente gostamos, somos capazes de ficar com uma música, imagem ou cena dias e dias a martelar na cabeça. Não vale a pena querer esquecer. Cantamos, assobiamos ou simplesmente deixamos que esteja lá.

Ontem fui assistir a um musical na Broadway. O Fantasma da Ópera! Óptima sala, acento a poucos metros do palco, orquestra e vozes espectaculares...
Alguns dados:
- novela escrita pelo francês Gaston Leroux em 1911.
- adaptada a musical por Andrew Lloyd Webber em 1988.
- há 21 anos em exibição, ininterruptamente.
- cerca de 80 milhões de espectadores.
- mais de 65 mil actuações em 25 diferentes países.
Para quem gosta do estilo é algo a não esquecer! Aliás, nem podia:
The Phantom of the Opera is there, inside your mind...


PS: A barra de vídeo ao lado pertence à versão para cinema de 2004.

sábado, 11 de julho de 2009

Independence Day

No dia 4 de Julho de 1776, o Congresso americano votou e aprovou o texto da Declaração de Independência, separando-se de Inglaterra. É o dia da nação americana.

Em NY, esta data é comemorada com um espectáculo de fogo de artifício lançado a partir de vários barcos estacionados ao longo do rio Hudson.


sexta-feira, 3 de julho de 2009

Navio Escola Sagres

O Navio Escola Sagres da Marinha Portuguesa atracou em NY há uns dias. Esta viagem de cerca de 3 meses faz parte da formação dos cadetes do segundo ano. Partiram de Portugal nos fins de Maio, atravessaram o Atlântico e fizeram uma breve paragem na Bermuda antes de atracarem no Pier 88 do Hudson River. Foi lá, a bordo do navio, que o comandante e a restante tripulação receberam o grupo de portugueses residentes em NY, na passada Terça-feira.

A próxima paragem é Boston. Depois atracarão num porto canadiano de onde partirão juntamente com outros navios numa regata até Belfast na Irlanda. Eles dizem que vão ganhar e chegar com uma semana de antecedência dos outros concorrentes...
A acompanhar o encontro tivemos a actuação do grupo musical Manhattan Camerata que tem como principal intérprete e compositor um português. A directora artística é sua esposa, é de origem argentina e fala português correctamente. Numa das suas viagens a Portugal ficou tão encantada com Sintra que resolveu compor uma peça musical a partir de uma estrofe dos Lusíadas sobre a cidade. Foi naturalmente o momento da noite.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

10 de Junho

Apesar de não ser esta a primeira vez que estou fora de Portugal, nestes últimos dias e pela primeira vez senti um pouco mais o que significa ser emigrante e viver longe da nossa terra. Dá-me a impressão que o 10 de Junho deve ser o único feriado nacional que nenhum emigrante deixa passar em claro.
Na passada Quarta-feira, realizou-se mais um encontro mensal dos portugueses residentes em NY. Não são muitos nem estão constituídos em clube ou associação. Simplesmente se reúnem uma vez por mês para estreitar laços e pôr um pouco a conversa em dia. Para mim é também uma oportunidade de conhecer alguns espaços desta cidade que de outra forma dificilmente conheceria. Este último realizou-se no 230 Fifth, um bar situado no terraço de um hotel da 5ª Avenida. Por estarmos no 20º andar, tínhamos mesmo em frente dos nossos olhos o Empire State Building bem iluminado. Só foi pena que estivesse um pouco frio, mas nada é perfeito...
Ontem, Domingo, realizou-se o desfile português (portuguese parade) em Newark, NJ. A cerca de 30 minutos de distância, mas com outro ambiente e outro tipo de pessoas. Bandeiras e mais bandeiras, t-shirts vermelhas e verdes, ranchos folclóricos, clubes de futebol e cheiro de sardinhas no ar ao longo da famosa Ferry Street. Portugal em todo o seu esplendor!!
Quão longe estão as formas de pensar e ser português entre quem sempre viveu em Portugal e aqueles que fazem a sua vida noutras paragens! Basta tentar colocarmo-nos por alguns segundos dum e doutro lado para o percebermos.
Tenho pena de não vos poder deixar fotos nem dos portugueses em frente ao Empire State Building nem a comer sardinhas na Ferry St.
Uma coisa é certa: somos todos portugueses!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Teilhard de Chardin

Pensavam que eu já tivesse abandonado este espaço??!! Não o farei sem vos dizer... Aqui fica mais uma pequena partilha.

Partida: Grand Central Station, NY, 16H30. Durante mais de 2 horas percorremos toda a Hudson Line que, como o nome indica, ladeia a margem do Hudson River. Caminhando contra a corrente, foi um desfilar de bonitas paisagens cheias de um forte verde primaveril. Pequenas enseadas, belas mansões escondidas por detrás da vegetação, uma central nuclear, etc.
Destino: Poughkeepsie (Pugkípsi, para quem tiver dificuldade em ler palavras complicadas, como eu). Porquê esta terra? Até há umas décadas atrás, existia aí um grande e importante seminário jesuíta, bem na margem do rio. Com a diminuição de vocações, acabou por ser vendido. Hoje, à entrada, encontramos uma placa a dizer: Culinary Institute of America. Em vez de padres, formam-se ali os melhores chefes de cozinha a nível mundial! As voltas que o mundo dá...
Do antigo seminário e residência jesuíta resta apenas o cemitério. Aliás, era esse, desde o início, o nosso destino. Como esperado, ali fomos encontrar a sepultura de um grande homem e pensador católico do século passado: Pierre Teilhard de Chardin!
Teólogo, filófoso, geólogo, cientista, procurou ao longo da sua vida conciliar de forma harmoniosa a teologia e a ciência. Durante o tempo em que viveu, não conseguiu convencer os seus pares, tanto de um lado como de outro. Mais recentemente os seus méritos têm vindo pouco a pouco a ser reconhecidos. O papa Paulo VI dizia a seu respeito: " O padre Teilhard é um homem indispensável para os nossos tempos: necessitamos da expressão da sua fé."
Impedido de leccionar, refugiou-se primeiro, durante largos anos, na China e, finalmente, em NY. Morreu em 1955.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Cathedral of Saint John the Divine

Se apanharmos o Metro 1 em Downtown, depressa percorremos toda a parte Oeste de Manhattan (West Side) e chegamos a Mornignside Heights. Aí encontramos a Columbia University e a Manhattan School of Music, entre outras instituições de renome. Quase em frente, do outro lado da Amsterdam Avenue, deparamo-nos com uma igreja que nos chama inevitavelmente a atenção, quanto mais não seja pela sua dimensão. É a catedral de São João, o Divino.

No desdobrável em português (brasileiro...) que encontramos ao entrar, podemos ler: "Ao lançar-se na construção desta Catedral ainda não terminada, a Diocese episcopal de Nova York estava constituindo mais que uma instituição religiosa. Como a sua declaração de fundação afirma, deve ser uma casa de orações para todos os povos e um centro de iluminação intelectual e liderança." De facto, continuando a ler o desdobrável percebemos o ecletismo desta instituição: liturgia (30 missas semanais), arte (exposições várias), educação (escola elementar e básica), eventos culturais (Concertos do Memorial Day ou do Ano Novo pela Orquestra Filarmónica de NY), acção social (a Sopa do Domingo é servida a mais de 23.000 pessoas por ano).


Alguns dados relativos ao edifício:

- 27/12/1892 (festa de S João): lançamento da primeira pedra.

- 183 metros de comprimento.

- os dois portais de bronze pesam 3 toneladas cada um.

- a grande rosácea por cima da porta principal tem 12 metros de diâmetro.

Mais uma Igreja que vale a pena visitar.

sábado, 9 de maio de 2009

São Nuno de Santa Maria

O Santuário de Nossa Senhora do Monte Carmelo, situado no estado de NY, tem o nosso santo há cerca de 50 anos num dos seus vitrais. Com o hábito carmelita, segura numa das mãos a espada e noutra o estandarte com a imagem de Nossa Senhora.

domingo, 3 de maio de 2009

Life is just a balancing act

Por terra lusas, celebra-se este Domingo o Dia da Mãe. Por cá é só daqui a 8 dias.
A vida, bem como as relações que a constituem, é sempre uma questão de equilíbrio muito instável, feita de altos e baixos, de alegrias misturadas com umas quantas lágrimas. É um constante querer ter e, ao mesmo tempo, sentir que, por amor, é preciso deixar partir. É um balancing act.
Como sei que há várias recém ou futuras mamãs que visitam este espaço, deixo-lhes aqui esta pequena homenagem.
Ao lado está o vídeo correspondente.
My angel
so much I'd like to tell you
so much of what I've seen
I'd plant behind your eyes.
My angel
I know I can’t compel you
to any of my ways
as you walk beneath the merciless skies.
My angel
my angel
the more I see, the more I grow,
the less and less I seem to know
only that
life is just a balancing act.
The demons
the fear that will confine you
the fire that will burn
your innocence away.
The heartbreak
the pain will seek and find you
and loneliness will grow
with every passing day.
My angel
my angel
I won’t be there to always dry
the tears that gently fill your eyes
so will you remember that
life is just a balancing act.
My angel
my angel
the more I see, the more I grow,
the less and less I seem to know
only that
life is just a balancing act.
Noa, Genes & Jeanes

domingo, 19 de abril de 2009

St Paul's Chapel




St Paul é mais uma igreja presbiteriana, pertence à paróquia de Trinity Church e está situada em frente ao que foi o World Trade Center. Apesar da grande proximidade, ficou incólume aquando dos atentados de Setembro de 2001. Pela sua localização, tornou-se no primeiro e mais importante espaço de acolhimento para todos os que foram afectados pela destruição das Torres Gémeas. Actualmente, mesmo continuando aberta para serviços litúrgicos, está transformada num autêntico museu de recordações: fotos, crachás, poemas, cartas, etc.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Timothy Dolan

A diocese de New York tem um novo pastor. Depois do Vaticano ter aceite o pedido de resignação do cardeal Egan, nomeou como seu sucessor o até então bispo de Milwaukee, diocese situada a norte de Chicago, na margem direita do lago Michigan. Tal como a grande maioria dos seus antecessores, Timothy Dolan nasceu no seio de uma família de emigrantes irlandeses. Aliás, é um facto que não admira, pois são muitos os sacerdotes americanos que têm as mesmas raízes europeias.
Esta Quarta-feira, 14 de Abril, o arcebispo Dolan irá, aos 59 anos, tomar posse como 13º bispo da 2ª maior diocese americana. Alguns números: mais de 2 milhões e meio de católicos, 1350 sacerdotes (500 diocesanos e 850 pertencentes a várias ordens religiosas), 2840 religiosas, 279 escolas.
Nas notícias que têm saído nos jornais e revistas durante estas últimas semanas, sublinha-se o seu trato fácil e diálogo aberto com todos, por um lado, e a sua preocupação com as vocações sacerdotais, por outro. Registo estas duas características porque acredito que lhe sejam muito úteis numa cidade como NY, onde a diversidade de estilos e opções de vida atinge um nível muito alto, e numa diocese que atravessa uma crise enorme de vocações e tem sobrevivido nos últimos anos graças à presença de muitas ordens religiosas e de muitos sacerdotes estrangeiros.
Seja bem-vindo!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

quinta-feira, 9 de abril de 2009

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Sementes de contemplação


Meu Deus, não tenho certeza sobre o meu destino, não é clara a estrada que está à minha frente, nem sei com certeza onde irá terminar.

Não me conheço a mim próprio e o facto de eu pensar que estou a realizar a Tua vontade não significa que realmente o esteja a fazer.

Mas acredito que realmente Te agrada o desejo que eu tenho de Te agradar. Espero manter sempre este desejo em tudo aquilo que fizer e nunca farei nada sem o ter presente.

E eu sei que, fazendo isto, Tu me conduzirás pelo caminho recto, mesmo que eu nem sequer disso me aperceba.

Por isso, sempre acreditarei em Ti, ainda que pareça estar perdido ou nas sombras da morte. Não temerei, pois estarás sempre comigo e não me deixarás sozinho quando eu enfrentar perigos, medos ou receios. (trad. livre)

Thomas Merton