terça-feira, 11 de novembro de 2008

“O ciclo da vida pós-moderna”



Depois de um editorial de circunstância e de umas fotos para desanuviar, à terceira vez a "coisa" torna-se mais séria!


Este é um livro que estou a ler com bastante agrado. Nem sempre acontece gostarmos daquilo que temos que ler e do qual temos que dar provas, certo? Lembrei-me de vos falar dele porque o considero bastante útil, principalmente para quem gosta de reflectir sobre o mundo em que vivemos. Será que o percebemos? Será que nos percebemos?
No fundo, o autor pretende aprofundar e colocar em paralelo/confronto as várias etapas (infância, adolescência, etc) e dimensões (física, psicológica, emotiva, religiosa) da vida humana no contexto da cultura actual em geral - tida por pós-moderna - e da experiência religiosa em particular.
Gostava de começar por partilhar convosco a definição que ele dá de "pós-modernidade":



“ Os estudiosos da pós-modernidade dizem-nos que todas as tentativas de descrever e explicar de forma abrangente a sociedade, a história, o comportamento humano e o próprio sentido da vida desapareceram. A pós-modernidade foi e é vista como o tempo em que tudo é fluido e flexível, multiforme e contingente, rápido e efémero.”



Digo-vos sinceramente que a primeira reacção que tive ao ler esta frase foi de algum desconforto. Não existe só uma explicação e muitos menos para toda a realidade que nos rodeia. Todos gostamos de conhecer o chão que pisamos, de ter o mínimo de certezas a nosso respeito e a respeito do mundo que nos rodeia. Mas parece que isso hoje é muito difícil de conseguir, senão mesmo impossível. Se prestarmos atenção à vida que levamos e a tudo o que nos rodeia, acabamos por perceber um pouco daquilo que o autor pretende dizer. Telecomunicações, informação e Internet; encontro/mistura/confronto de raças/etnias/culturas; diferentes - e até contrárias - visões do mundo, de Deus, do valor da vida, do futuro da humanidade; instabilidade emocional, profissional, económica, familiar, social; etc, etc, etc. E embora tudo isto seja bem mais real aqui do que (you get it, right??), é fácil de perceber que o fenómeno é global e envolve-nos a todos.
Antes de avançar com mais “teoria”, gostava de vos propor que comentassem a citação do livro que fiz acima a partir da vossa experiência do dia a dia. Qual a percentagem de “coisas” na nossa vida que temos por certas, definidas e definitivas? Não se trata de desejar adivinhar o futuro ou de viver envolvido em dúvidas existenciais. É uma questão de saber até que ponto estamos conscientes daquilo que somos aqui e agora.


PS1: Muito obrigado pelos vossos comentários. Vêm claramente de pessoas amigas, mas quando aparecem como anónimos... O feedback torna-se mais difícil.


PS2: Afinal estava enganado acerca da razão que fez o passado dia 4/11 ser tão importante: não foram as eleições na América nem o início deste blogue, mas sim - a ver pelos vossos comentários - o aniversário de várias pessoas amigas!! E ainda dizem que não há coincidências...


PS3: Ao Pe Vítor Mira: Providence? Porque não?!


PS4: Para quem não gosta de filosofias, eu tenho mais fotografias!!!

1 comentário:

Unknown disse...

Há alguns anos li um livro intitulado "O homem light", que me despertou para a nossa sociedade dita pós-moderna: preocupações diárias no que é mais ligeiro sem o verdadeiro sentido do compromisso.
Sem querer ser pessimista, acho que todos nós acabamos por ser levados a considerar como certo apenas o visivel e imediato.

Um Abraço destes teus leitores assíduos

João e família