

Ao longo dos anos, Wall Street estendeu-se pelos quarteirões mais próximos e pouco a pouco foi-se formando aquilo que é hoje conhecido como o Financial District. O seu ex-libris era o World Trade Center com as Twin Towers. Desde os atentados de 11 de Setembro que Downtown Manhattan não é a mesma, nem nunca mais será. Hoje já não se fala abertamente do sucedido e quem chega não tem coragem de abordar directamente o assunto, ainda que a curiosidade deseje sempre saber algo mais. Mesmo assim, de vez em quando, ouvem-se, quer na primeira quer na terceira pessoa, curtas partilhas do sucedido: "Eu estava num prédio próximo e vi o segundo avião embater"; "Eu sobrevivi porque me refugiei debaixo de uma automóvel estacionado"; "Eu passei largas semanas a celebrar as exéquias dos pedaços de corpos que iam sendo retirados dos escombros", dizia um sacerdote. O tempo conta-se em antes e depois de 9/11/2001.
Enquanto as cicatrizes do coração não desvanecem, centenas de pessoas trabalham para dar novamente vida àquele espaço. Os projectos são vários e arrojados, entre os quais se destacam um museu, um nova torre para centro financeiro e, principalmente, o memorial dos que faleceram no atentado. Este último deverá estar pronto para ser inaugurado no décimo aniversário do ataque, daqui a dois anos e meio.
Desde a primeira vez que lá fui, procurei não ver naquele buraco, actualmente cheio de gruas e andaimes, nem a inevitável consequência da política imperialista americana, nem a expressão do oculto poder das trevas, mas tão somente o resultado bem visível de uma catástrofe que destruiu vidas, muitas vidas, como a minha ou a de qualquer outra pessoa. Querer ver o mundo a preto e branco, colocando as vítimas/bons de um lado e os culpados/maus de outro, é a atitude daqueles que teimam em não perceber que a história dos homens foi, é e sempre será feita de um entrelaçado muito difícil de distinguir.
Desde a primeira vez que lá fui, procurei não ver naquele buraco, actualmente cheio de gruas e andaimes, nem a inevitável consequência da política imperialista americana, nem a expressão do oculto poder das trevas, mas tão somente o resultado bem visível de uma catástrofe que destruiu vidas, muitas vidas, como a minha ou a de qualquer outra pessoa. Querer ver o mundo a preto e branco, colocando as vítimas/bons de um lado e os culpados/maus de outro, é a atitude daqueles que teimam em não perceber que a história dos homens foi, é e sempre será feita de um entrelaçado muito difícil de distinguir.
2 comentários:
Olá!
Gostamos de saber que continua tudo bem e nos vais dando notícias tuas, da terra que te acolhe e das suas gentes.
Temos passado por aqui mais raramente e quando abrimos a página deste teu cantinho temos uma série de coisas para conhecer e para reflectir.
Boa continuação
João, Natália, André e Afonso
è tão bom saber noticias tuas!! beijos e muito estudo que só te faz bem!!SandraJorge
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